domingo, 2 de março de 2008

JOAO E O NAVIO MERCANTE - Nao consegui dar um fim, me ajudem a dar fim pra historia de joao!!!

A vida era simples de onde ele vinha: Uma jangada. Um peixe. Um almoco. Uma rede. Um livro, as vezes, mas nem sempre. E era assim que se vivia por la, o sol a nascer e a se por no marcar das horas, fora isso, um incontar de minutos sem pressa a passar. E nesse ritmo se passavam os dias, os meses, os anos. 


Um sorriso de pirata ao meio dia, um violao ao fim da tarde e uma sensacao concreta de completude. Dancava no vazio em meio as ondas e isso lhe fazia feliz. Quando chovia:Banhava-se. Quando fazia sol: Secava-se. Assim era joao. 

Filho de pai pescador e mae rendeira, joao nascera perto das quatro da tarde em um dia qualquer de marco, daqueles que faz tanto calor que mal se sabe o passar do tempo. passou a infacia a subir e descer coqueiros e, aos quatro, já conhecia pelo nome todos os passaros e todas as ondas do vilarejo. Aos quatorze já tinha na rede sua melhor amiga e, nos pescados, seus maiores confidentes. Via no vilarejo um comeco, um conforto, um abrigo. Mas via no mar um horizonte, um não limite, um desafio, uma paixao. 


Se perguntava joao o que haveria depois das ondas que teimavam em bater no ultimo rochedo ao sul e não lhe sessava a curiosidade  nunca ao pensar de onde vinha o forte vento do norte que durante as noites lhe botava a dormir cantando cancoes de ninar. Queria saber as historias do vento, os conselhos que ele teria a lhe dar, de todas as aventuras, as terras visitadas, os perigos encontrados e os beijos conquistados. Trofeus de uma vida e suas inscricoes em cicatrizes. Assim era Joao, um pescador por oficio, um sonhador por vocacao. 


Parou de contar os anos ao completar dos 24 e, so tendo conhecido do mundo pouco mais do que dois quarteiroes da sua casa e o mercadinho que ficava na cidade vizinha, alimentava a sua inquietude e a sua ansiedade a cada dia, durante as longas horas solitarias de pescaria onde se paravam a conversar, ele, as ondas que teimavam em bater no rochedo sul e o aventureiro vento norte. Naquela abundacia de vazio os tres juntos pareciam não ter tempo suficiente pra tantos assuntos inacabados, impesando, inabordados, insonhados. 


Um dia, la pelas seis da tarde, como soube joao pois assim lhe disse o ceu que comecava a ficar rosa por ordem do sol, apareceu no horizonte uma figura estranha, indistinta mancha branca que se aproximava de forma suave e ininterrupta. O ceu avisava a chegada na noite e, como se em reposta a isso, a tal coisa a branca passou a ser uma figura estranha, indistinta mancha branca agora toda pontilhadinha, com pontos brancos a brilhar no horizonte como se fossem estrelas, como se, de repente, alguem por diversao tivesse roubado um pedaco de manto do ceu e o estivesse a fazer velejar. Algumas luzes coloridas faziam a dita mancha se parecer com uma arvore de natal, não que joao conseguisse reconhecer, pois não fazia ideia do que era uma arvore de natal; mas posso quase apostar que, se joao soubesse o que era uma arvore de natal, acharia que aquela mancha que crescia era uma arvore de natal a velejar perdida vinda de terras distantes. 


Embriagado pelo piscar de luzes o pescador perdeu a nocao do tempo, a muito o sol já se fizera lua e ainda assim o homem continuava la, a ignorar a noite, hipnotizado. Acabou por pegar no sono com o balanco do mar. Naquela noite não foi o vento a lhe cantar, mas as ondas a lhe contar historias. Acordou com o sol a berrar bom dia na face babada e amassada de uma noite mal durmida e, ao olhar pro lado, estremeceu ao ver a tal mancha transformada em um objeto branco de forma esquisita que tinha dois homens, ou coisa que se pareca, a abanar os bracos aos berros, pedindo-lhe por ajuda.    


Nenhum comentário: